Semana passada eu perdi uma grande amiga minha. Grande em todos os sentidos. Uma moça alta, linda, cheia da presença de Deus. Tinha um espírito sereno e tranquilo. Estava sempre pronta a servir ao Senhor. Na verdade, nos conhecemos de verdade e aprofundamos nossa amizade enquanto servíamos a Jesus através da Aliança Bíblica Universitária. Tínhamos muito em comum… a cidade natal, o trabalho na ABU, o fato de sermos fisioterapeutas e o fato de ter o tão medonho diagnóstico de um câncer. Toda vez que ia para minha querida Governador Valadares nos encontrávamos para papear, passear e orar juntas. Era uma bênção! Tínhamos uma caminhada de compartilhar íntimo do coração enquanto juntas buscávamos cumprir a vontade do Senhor para nós.
Nesses dias tenho vivido dias de luto, de tristeza e de dor e ao ler todas as mensagens de consolo da Bíblia, dos amigos e da família, nenhuma palavra me confortou tanto quanto a passagem da morte de Lázaro que relata sobre o choro de Jesus no Evangelho de João, capítulo 11. Sim, Jesus chorou ao ver seu amigo morto e os corações desconsolados de Marta, Maria e seus amigos e familiares. E não foi qualquer chorinho não. A Bíblia relata que ele teve uma comoção e um choro profundo e de grande tristeza. Seu espírito se comoveu e Jesus então se move em direção ao túmulo para ressuscitar Lázaro.
O interessante nessa passagem é que Jesus chora mesmo sabendo que Lázaro seria ressuscitado dentre os mortos. Os versos 4 e 11 expressam claramente a presciência de Jesus sobre a ressurreição de Lázaro. Deus tinha um plano de glorificar a Jesus através da ressurreição de Lázaro, já morto há 4 dias. O mais interessante ainda é que mesmo sabendo que Lázaro ressuscitaria, Jesus não chega ao túmulo com ar de “Ah, não chorem gente! Peraí, eu tô aqui! Vou ressuscitá-lo!”. Pelo contrário, o espírito de Jesus se quebrantou diante da dor. Ele se doeu com os demais. Se comoveu profundamente ao ver o amigo morto e provavelmente putrificado pela morte. Ele se comoveu com a dor da separação. A dor da ausência. A dor da saudade. O Filho de Deus encarnado sofreu. Que consolo.
A choro de Jesus consolou profundamente o meu coração enquanto chorava a perda da Denise. É como se Jesus falasse comigo… “chora querida Andresa. Dói mesmo. Eu sei o que é isso. Eu também já perdi um amigo. É muito difícil e doloroso. Infelizmente, você terá que passar por isso até o dia em que você também será glorificada com o Pai.” A empatia de Jesus com a perda de um amigo amado me consolou profundamente. Meu coração se encheu de gratidão por ter um Deus que conhece o meu sofrimento. Que chora comigo. E que promete um dia terminar com toda a forma de choro e sofrimento.
Para Lázaro, Jesus tinha um propósito de ressuscitá-lo para glorificar Seu Nome ainda entre nós. Para nós, Ele também tem um propósito de ressuscitar todo aquele que crer Nele. Nos versos 25 e 26, ainda antes de chegar ao túmulo, ele deixa um recado muito importante para todos nós:
“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?”
Essa é uma promessa não só para Lázaro e sua família. É uma promessa para todos nós. Hoje o Jesus ressurreto nos garante a ressurreição e a vida! Não é lindo isso? É sublime! É a vitória final sobre a morte! É a promessa do reencontro! É a promessa da eterna consolação! Da eterna paz e alegria!
E é com o choro de Jesus e a sua promessa de vida eterna, que minhas lágrimas são enxugadas. Meu coração dolorido abre lugar para uma paz e um consolo que vêm do Deus que sofre e que ama incondicionalmente. Que se encarna para sofrer em nosso lugar e nos garante o perdão dos pecados e a vitória sobre a morte!
Obrigada Jesus por chorar comigo. Obrigada também por me garantir a vitória sobre a morte. Muito obrigada por encher meu coração de esperança por um dia em que a morte não mais nos atormentará.